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Marchas do Orvalho
"ORVALHO Ó JUVENTUDE"
Ó Orvalho, ó juventude
Desta nossa freguesia
Vamos todos com amor
Cantar a nossa alegria
Lá no alto do cabeçinho
Que tantos milagres fez
Senhora da Confiança
Valei-nos mais uma vez
Novas vidas, novos rumos
Te esperam ó mocidade
Caminhai sem vacilar
Mostrai vossa heroicidade
Esta marcha foi inspirada na Virgem Senhora da Confiança, e mostra bem a devoção da população de Orvalho. Com raízes profundas de cristianismo e práticas religiosas, a população mostra-o na devoção, costumes e promessas que concretiza.
É frequente verem-se pessoas a subir a montanha chamada Cabeço das Cruzes, "cujo nome está ligado a cruzes, cruzeiro, capela ", a qualquer hora do dia para irem dialogar com a virgem, confiando-lhe os seus segredos, fazendo os seus pedidos a agradecer-lhe as suas graças.
Até os casais recém casados oferecem à Senhora da Confiança o ramo da noiva, depondo-o a seus pés e implorando felicidades.
Outra canção do Orvalho que mostra a devoção à Nossa Senhora da Confiança é a que a seguir se apresenta:
"SENHORA DA CONFIANÇA"
Senhora de Confiança
Que lá estais no Cabecinho
Antes que mais calma faça
Sempre lá corre um ventinho
Senhora da Confiança
A vossa capela cheira
Cheira a cravos cheira a rosas
Cheira a flor de laranjeira
Senhora da Confiança
Quem vos varreu a capela
Foi o Rancho do Orvalho
Com raminhos de Marcela
Senhora da Confiança
Quem vos varreu o terreiro
Foi o rancho do Orvalho
Com raminhos de Loureiro
Senhora da Confiança
Vosso caminho tem tojos
Bem podeis vós Senhora
Tê-los de cravos cheirosos
Senhora da Confiança
Vosso caminho tem pedras
Bem podeis vós Senhora
Tê-lo de rosas amarelas
Senhora da Confiança
Raminho de salsa crua
Por trás da vossa Capela
Nasce o sol e põe-se a lua
Senhora da Confiança
Minha Mãe minha Madrinha
Deitai-me a vossa benção
Com a vossa mão divina
Senhora da Confiança
À vossa porta cheguei
Tantos anjos me acompanhe
Como de passada dei
"ORVALHO NO MÊS DE JUNHO"
Orvalho no mês de Junho
Arcos em punho balões a arder
Sai de casa de rua em rua
A própria lua gosta de ver
Vestido de Campesino, fresco e ladino
Cravo em botão
Orvalho que honra abeira
Salta a Fogueira
Faz sensação
É mês sem rival em Portugal
Este mês de Junho em flor
Na terra há canções
No ar há balões
E nos corações amor
Santo António de Lisboa
É uma pessoa só de pensar
Ouve a marcha de Orvalho
Vai de escutá-la, vai de cantar
Depois São João não tarda
E a gente aguarda com emoção
E nem São Pedro cansa
Pois segue a dança e a reinação
Esta marcha relata bem, tanto as lendas e as histórias ligadas à nossa terra natal, como o bairrismo e o amor, ou mesmo de quantos cá nasceram, vivem, ou os que por força das circunstâncias tiveram que se ausentar.
- Fala do ruído do malho e da serra no antigamente.
- O passeio ao Mosqueiro e o reviver da vida dos povos primitivos que por cá passaram.
- O lazer na "Água D’ Alta", refrescando com as suas águas cristalinas e sonhando a lenda do Penedo Mijadouro.
Leiteregião, reflectindo o modo de vida sui géneris das gentes do interior, possuindo uma riqueza gastronômica constituída por pratos autênticos, que perduram ao longo dos tempos e passaram de geração em geração.
Outras canções e quadras soltas
A Madrugada
A madrugada lá vem lá vem
P’la noite fora toda contente
A madrugada lá vem lá vem
Dar os bons dias a toda a gente
Já o adro cria silvas
Já não há passeadores
É certo que já morreu
Quem no adro tem amores
Ó Orvalho ó Orvalho
Duas coisas te dão graça
É o relógio na torre
E a moreninha na praça
Nesta rua do castelo
Muita mentira se diz
Encontrei um homem morto
No papo d’ uma perdiz
Esta rua do castelo
Tem barreiras a subir
Quem lá vai tomar de amores
Vai ao céu e volta a vir
Cantemos deixamos disto
Deitemos terra na lama
Bem rico era o meu sogro
Bem pobre me deu a dama
Quadras soltas que cantavam nas rodas
Castelo Branco cidade
Foz do Giraldo festeira
Orvalho raminho de louro
Onde o meu amor passeia
Castelo Branco se queixa
Que não tem moças formosas
Linda terra é Orvalho
Que até as silvas dão rosas
Janela do passadiço
Onde a flor de murta assiste
Menina se não fores minha
Toda a vida andarei triste
O eucalipto da cira
Já tem a folha caída
O ladrão do meu amor
Já tem outra rapariga
Quando o sol deixa de dar
Nas altas guias do freixo
Então te direi amor
A razão porque te deixo
Acipreste cor de vinho
É coisa que eu nunca vi
Não me percas o amor
Que eu ainda não to perdi
O loureiro bate bate
Eu bem o ouço a bater
Com as pontas no telhado
Para o meu amor entender
Entre a baga do loureiro
Dorme um triste passarinho
Eu sou teu não sou doutra
Anda amor descansadinho
À porta tendes loureiro
À cama vos vai o cheiro
Tendes a baga a bater
Na renda do travesseiro
A igreja de Orvalho
Feita de pedra talhada
Dentro dela ouvem missa
Os olhos da minha amada
Grupos que recuperam tradições
O GAIO – Grupo dos Amigos Incondicionais do Orvalho, que tem como fim a promoção da cultura e desenvolvimento do Orvalho, recupera tradições antigas e congrega todos os naturais que se vêem afastados da sua terra natal.
Actualmente a Associação organiza em Junho um convívio anual em Lisboa, e um magusto no Orvalho. |
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