No dia 26 de Março de 2011, deslocou-se à casa da Comarca da Sertã, em Lisboa, uma “embaixada de orvalhenses” para comemorar o dia da Freguesia de Orvalho. O evento integrou-se num projecto desenvolvido pela Casa da Comarca da Sertã, que já conta 3 anos, e foi presidido pelo Engº Pedro Amaro, presidente da referida instituição.

A Casa da Comarca da Sertã tem promovido, nestes últimos anos, iniciativas muito louváveis na divulgação e na promoção dos espaços e das gentes dos Concelhos da Zona do Pinhal (Oleiros, Sertã, Vila de Rei e Proença-a-Nova), trazendo à sua sede, na Rua da Madalena, pedaços de vida destes concelhos.

O dia da freguesia do Orvalho foi naturalmente recebido com prazer pelas organizações e pelas gentes desta terra. Marcaram presença o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, a Junta de Freguesia de Orvalho, representada pelo seu presidente Paulo Brás, pelo secretário Luís Roque, pela tesoureira Gisela Martins e pelo presidente da Mesa da Assembleia, Luís Nunes. O Centro Social Padre Tomás, na pessoa do seu presidente de direcção Senhor António Pedro Ramos Natário, o Grupo de Amigos Incondicionais e sobretudo muitos naturais e amigos desta terra.

O Engº Pedro Amaro teve o cuidado de preparar esta iniciativa de modo a que fosse possível mostrar o potencial desta terra. O senhor Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, disse ter especial carinho pela nossa freguesia, referiu o dinamismo e a capacidade dos empresários da freguesia no desenvolvimento e na criação de emprego, referindo-se nomeadamente ao Centro Social de Orvalho e à empresa Pinorval, mas também a pequenos empresários que não baixam braços face a dificuldades. O presidente da Junta mostrou ambição de fazer sempre melhor e mostrou através de imagens, e estas valem por mil palavras, que é possível progresso e modernidade sem destruir a memória de um passado de gentes rudes e martirizadas pelas emigração e pelo trabalho pouco produtivo nos campos. O senhor António Natário, contou como o Centro Social passou de ideia a projecto com pernas para andar e fez constar que, se o Centro é uma realidade o devemos também ao Dr. Fernando Dias de Carvalho e a todos aqueles que estiveram presentes na sua fundação.
De salientar que esta Instituição conta hoje com as valências de Centro de Dia, Apoio Domiciliário em toda a freguesia, Residência em regime de lar com quartos individuas e duplos, Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração e para breve o edifício contíguo, de 3 pisos, para Média Duração.

A exposição ”Raízes”do nosso conterrâneo José Manuel Xavier, leva-nos a procurar o sentido da criação e desafia-nos para uma “inteligibilidade de um mundo que nos rodeia”. Este nosso conterrâneo fez a sua primeira exposição em Viseu, onde trabalha. Ficamos-lhe naturalmente gratos por nos dar a conhecer a arte de dar vida às raízes e nos exercitar a capacidade de ver com o coração.

Ao grupo Etnográfico de Danças e Cantares do GAIO, que com as suas danças e cantares nos transportou colectivamente para os anos 50/60, de alguns de nós, revivendo tradições, nomeadamente momentos festivas da nossa Terra, e nos trouxe verdadeiras jóias da nossa gastronomia mais tradicional (não faltaram as filhoses, os sonhos, os bolos de azeite, os queijos, o presunto, as azeitonas, a petinga, os peixinhos da horta, o bom pão trigo e vinho). A estes, homens e mulheres, que dão muito de si em prol da tradição, da cultura e que não deixam que as memórias e as “estórias” se percam no tempo, a nossa gratidão.

Texto escrito pelo orvalhense Armindo Augusto Ramos